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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cefep oferece curso de formação política para leigos

A formação dos leigos para a missão política é o compromisso do Centro Nacional de Fé e Política Dom Hélder Câmara (Cefep), iniciativa da CNBB, por meio da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato. O organismo promove, há 8 anos, um curso de formação política para cristãos leigos, com o objetivo de fomentar um pensamento social à luz da doutrina da Igreja.

Lideranças das comunidades eclesiais, pastorais sociais, movimentos, conselhos de leigos e organismos, bem como de pretendentes a cargos em instâncias políticas são convidados a participar do curso. Também os que já militam na área, em partidos, sindicatos e conselhos municipais.

Os organizares apresentam, no entanto, alguns critérios para aceitar a inscrição: identidade cristã de vivência e participação; compromisso de participação de todas as etapas previstas; ensino médio concluído e o compromisso de ser agente multiplicador. O interessado deve apresentar uma carta de apresentação da entidade que representa, bem como possuir conhecimento e acesso à internet.

Estrutura

O curso tem duração de um ano e meio, totalizando 360 horas aula. Metade do curso tem aulas presenciais, em Brasília (DF), que inclui visitas técnicas ao Congresso Nacional e a outras entidades. A outra metade será na modalidade à distância, em parceria com a PUC/Rio, com certificado de especialização ou extensão universitária. Ao final, o participante deve apresentar uma monografia com orientação específica.

O prazo final das inscrições termina no dia 31 de outubro. Os interessados podem baixar a ficha de inscrição no site da CNBB, no qual estão as informações sobre hospedagem e valor da participação. A ficha preenchida deve ser enviada para o e-mail cefep@cefep.org.br.

O Cefep dispõe de um número limitado de bolsas para hospedagem, alimentação e estudo do curso presencial, destinadas a apoiar a participação de pessoas com dificuldades financeiras. Mais informações pelo telefone (61) 3349-4623, de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30.


Fonte: Site CNBB

domingo, 20 de outubro de 2013

O que significa ser mulher?

Conferência no Vaticano comemora o 25º aniversário da Mulieris dignitatem


“Deus confia o ser humano à mulher” é o título da conferência internacional realizada pelo Vaticano por ocasião do 25º aniversário da carta apostólica Mulieris dignitatem, do papa João Paulo II.

A conferência de três dias foi organizada pelo Conselho Pontifício para os Leigos. Seu título é uma citação do documento escrito após o sínodo de 1987 sobre o papel e a vocação dos leigos na Igreja.

Um sentido mais completo do título é sugerido na passagem da qual o trecho foi tirado: "A força moral da mulher, a sua força espiritual, se combina com a consciência de que Deus lhe confia de modo especial o homem, o ser humano. É claro que Deus confia cada ser humano a todos e a cada um. No entanto, essa tarefa é confiada de modo peculiar às mulheres, devido à sua feminilidade, um particular que decide a sua vocação" (cf. Mulieris dignitatem, 30).

Com este ponto de partida, o objetivo da conferência foi analisar a evolução histórica da percepção das mulheres, quais elementos costumam levá-las a abandonar o seu papel e, finalmente, os muitos aspectos que surgiram como consequência da crise cultural atual. "A conferência reuniu um grupo incrível de mulheres talentosas que servem à Igreja", disse ao ZENIT a Dra. Vicki Thorne.

Thorne, que foi uma das palestrantes do encontro, é a fundadora do Projeto Rachel, que presta suporte e assistência a mães e pais que sofrem após um aborto, e é diretora-executiva do Escritório Nacional de Reconciliação e Cuidados Pós-Aborto.

Ela observa que estas reuniões são cruciais para as mulheres que se sentem desencorajadas no seu ministério, ajudando-as a encontrar outras pessoas que trabalham para a Igreja de forma similar. "Estar no mesmo lugar juntos é um grande presente, pois você conhece outras mulheres na mesma situação". A fundadora do Projeto Rachel acrescenta que "a oportunidade de networking é realmente importante, especialmente porque temos tantos países representados, para descobrir o que os outros estão fazendo e o que podemos fazer em nossos países".

Thorne contou como fez a sua "experiência de contato com jovens e idosos, com abordagens diferentes na discussão da sexualidade, de acordo com a ciência da Humanae Vitae e da Teologia do Corpo". Afirma ela: "A minha experiência é que as pessoas são muito abertas para ouvir este assunto, até porque quase ninguém fala disso".

A palestrante afirma ainda que homens e mulheres têm sido condicionados a pensar que são "uma espécie de animais sexuais" sem auto-controle, e por esta razão, simplesmente equipados com o necessário para prevenir doenças sexualmente transmissíveis. O que não é ensinado às mulheres e aos homens é "a consciência de como somos feitos".

Thorne explicou, por exemplo, que "as mulheres mantêm em si as células dos seus filhos pelo resto da vida, e as passam depois aos filhos sucessivos; além disso, nós mesmos temos células das nossas mães". A doutora também falou sobre "o que acontece quando as pílulas anticoncepcionais induzem a mulher a escolher o parceiro biologicamente errado, e depois a se divorciar”, e sobre as “mudanças que ocorrem no cérebro das mulheres, nomeadamente o fato de que o seu cérebro cresce de modo similar ao de um homem quando elas tomam pílulas. São questões críticas, mas é ciência".

Citando suas próprias experiências com mulheres que abortaram, a pesquisadora observou o quanto elas são receptivas à sua mensagem. "As feridas ainda estão abertas, mas elas só sabem disso até certo ponto. Elas não são capazes de processar plenamente o que aconteceu com elas", diz Thorne.

Meg McDonnell trabalhou para o Instituto Chiaroscuro, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo apoiar o casamento e o bem-estar dos filhos, especialmente nas classes menos abastadas. Colega da também expoente Helen Alvare, McDonnell ressaltou que a presença internacional na conferência demonstra as semelhanças e diferenças entre as mulheres de diferentes nações.

"O que mais me impressionou é a capacidade de perceber as semelhanças e as diferenças e ver que a Igreja consegue tecer, através dos seus princípios, uma abordagem que pode ser aplicada nas diferenças extremas, de uma forma que compreende o que significa ser mulher: como a mulher coopera com o homem, como homem coopera com a mulher e como a família continua a ser a célula fundamental de cada sociedade".

Falando sobre a aplicação dos princípios da Mulieris dignitatem ao seu trabalho, McDonnell afirmou que "ninguém entre nós pode ensinar nada sem dar testemunho".

"No nível pessoal, há muito da minha reflexão, quando se fala de Maria e das virtudes das mulheres".

Ela observou que, nos Estados Unidos, uma questão frequentemente discutida é a do modelo das mulheres que trabalham, contraposto ao da dona de casa. Para as mulheres católicas, o contraste "é identificado como suave, mas forte, como percebemos em Maria: o gênio das mulheres, a busca de maternidade, a aplicação das suas habilidades, dos seus talentos na vida profissional".

McDonnell fala do desafio de articular esses princípios no âmbito profissional para que um público leigo “possa captar a substância” do assunto. "Como posso falar do modo de ser de Maria e das virtudes que ela manifesta, da sua força, da sua humildade, do seu sim radical?".

A conferência, segundo ela, oferece uma reflexão sobre a forma de trazer esses princípios "àqueles que não compartilham dos ensinamentos da Igreja. Nós podemos estar ao lado deles com base na lei natural e num entendimento natural da pessoa humana".


Fonte: Boletin ZENIT [ZP131020]

domingo, 13 de outubro de 2013

Deus confia o ser humano à mulher

Seminário do Conselho Pontifício para os Leigos sobre a Mulieris dignitatem, 25 anos após a publicação pelo papa João Paulo II

Um seminário sobre a Mulieris dignitatem, 25 anos após a publicação do documento pelo beato João Paulo II, é a nova proposta do Conselho Pontifício para os Leigos. De 10 a 12 de outubro, uma série de reuniões em Roma celebrará o aniversário da carta apostólica publicada em 15 de agosto de 1988. Ênfase particular, conforme o comunicado do dicastério, será dada a uma frase específica do documento papal: "Deus confia o ser humano à mulher". Esta declaração, tema do seminário, é "forte e cheia de significado", mas "talvez não tenha sido estudada o suficiente nos últimos anos", observa o comunicado.

O Conselho Pontifício para os Leigos quer propor "uma reflexão renovada sobre este importante documento", lembrando que a Mulieris dignitatem foi escrita imediatamente após o sínodo sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, em 1987, em atendimento a um pedido feito pelo sínodo para se considerarem os fundamentos antropológicos e teológicos da condição da mulher como base indispensável para toda novidade a ser implementada na vida da Igreja.

A exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici, publicada pouco depois da Mulieris dignitatem, afirma: "É de todo necessário passar do reconhecimento teórico da presença ativa e responsável das mulheres na Igreja para a realização prática [...] O novo Código de Direito Canônico contém várias disposições sobre a participação da mulher na vida e na missão da Igreja: são disposições que devem ser conhecidas ao máximo e, de acordo com as diversas sensibilidades culturais e oportunidades pastorais, ser postas em prática mais rápida e resolutamente" (ChL, 51).

“Hoje”, prossegue o comunicado, “sente-se ainda mais a urgência de se colocar em prática o que o sínodo auspiciou para uma participação mais ativa das mulheres na vida e na missão da Igreja: atualizar as reflexões desses documentos fornecerá indicações importantes sobre a estrada a ser trilhada, contribuindo-se também para a resposta aos apelos do papa Francisco a este respeito”.

"Ao longo dos últimos vinte e cinco anos, a presença e participação das mulheres na vida social, econômica, cultural e política tem aumentado gradualmente em todo o mundo. Ao mesmo tempo, no entanto, temos testemunhado o crescimento de uma grave crise antropológica mundial, oportunamente denunciada pelo papa Bento XVI, que destacou que os homens do nosso tempo sofrem de um ‘estranho ódio contra si mesmos’, que se reflete nas muitas expressões de mal-estar que estão diante dos olhos de todos. Na Santa Missa de início do seu pontificado, o papa Francisco chamou a todos, homens e mulheres, a ser ‘guardiães da criação, do plano de Deus inscrito na natureza, a ser custódios uns dos outros e do meio ambiente’ (19 de março de 2013)”.

“A proteção do humano”, continua o comunicado, “longe de ser um fardo imposto de fora, é uma oportunidade de realização pessoal quando assumida na liberdade do amor. Em vários discursos recentes, o papa Francisco enfatizou que a fecundidade é um componente essencial da realização pessoal de todos os homens e mulheres; a fecundidade é feita daquele "dom sincero de si mesmo" (GS 24), que é vocação de toda pessoa humana, vivida nas formas peculiares do feminino e do masculino. Infelizmente, algumas ideologias levaram à perda de vista da verdade e da riqueza da fecundidade própria da mulher; uma riqueza, no entanto, que é vivida com alegria por muitas mulheres nos vários estados de vida e nos diferentes contextos geográficos e sociais”.

O seminário contou com a participação de especialistas e representantes de associações e movimentos de 25 países, 39 associações e movimentos eclesiais e 22 diferentes áreas profissionais: teólogos, filósofos, educadores, professores universitários, jornalistas, historiadores, médicos, advogados, artistas, engenheiros, etc. Esse muito diversificado grupo de mulheres e homens poderá dialogar "na Igreja e como Igreja" sobre os novos desafios, assim como desenvolver respostas adequadas a partir da dignidade e da vocação dada por Deus a cada mulher e a cada homem.


Fonte: Boletin ZENIT [ZP131013]

sábado, 5 de outubro de 2013

Conselho de cardeais discute reforma da Cúria e papel dos leigos

A reforma da Cúria e a atribuição de um papel mais incisivo aos leigos foram os principais assuntos tratados, nas sessões de ontem e hoje, pelo Conselho de Cardeais. De acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, os cardeais têm trabalhado, principalmente, a questão da reforma da Cúria. “Não se trata de uma atualização da Constituição apostólica ‘Pastor Bonus’, com retoques ou modificações, mas de uma nova constituição com novidades de relevo”, disse. Segundo o padre Lombardi, os cardeais deixaram claro que não pretendem fazer pequenos ajustes.

Para padre Lombardi, também é evidente a intenção dos bispos de enfatizar a natureza do serviço prestado pela Cúria à Igreja Universal e local, em termos de subsidiariedade, mais do que de exercício de poder centralizador. “A orientação é a de atuar à serviço da Igreja em todas as suas dimensões”, explicou.

“Um argumento muito importante tem sido o da natureza e funções da Secretaria de Estado que ‘deve ser a secretaria do papa’; a palavra Estado não deve dar lugar a equívocos. Este organismo está a serviço do papa em seu governo da Igreja Universal. A reunião do Conselho é muito útil neste momento, devido às orientações que o papa Francisco dará ao novo secretário de Estado, que assumirá o cargo no dia 15 de outubro”, afirmou.

Ainda, sobre a Cúria, os cardeais têm discutido as relações entre os chefes de dicasterios, o papa e as coordenações dos diversos organismos. “Neste contexto se tem falado da figura de um moderador da cúria e suas funções, apesar de os cardeais não terem tomado nenhuma decisão. É uma hipótese proposta pelo Conselho”, disse.

Outro assunto em pauta na reunião do Conselho refere-se ao leigos. Os cardeais têm acolhido muitas sugestões e solicitações sobre o tema. Conforme padre Lombardi, além de tratar da reforma da Cúria e suas instituições, o Conselho está pensando também em dar maior atenção aos assuntos relativos aos leigos, para que esta dimensão da realidade da Igreja seja adequada e eficazmente reconhecida e seguida pelo governo da Igreja. “Embora exista o Pontifício Conselho para os Leigos, se pode pensar em potenciar esta realidade”, afirmou Lombardi.


Fonte: CNBB via Radio Vaticano