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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Doutrina Social da Igreja


A Doutrina Social da Igreja é uma antologia que apresenta o pensamento dos papas e a palavra do magistério da Igreja acerca da realidade social, política e econômica das nações. Tais documentos impulsionam a Igreja a dar sua contribuição na implantação da justiça e da paz no mundo, inspirando e legitimando a ação solidária dos cristãos em favor dos pobres, trabalhadores, refugiados; das vítimas da fome, das guerras, das catástrofes, do tráfico de seres humanos e de todo tipo de violência.

Tal doutrina evidencia a responsabilidade política de cada cidadão e das instituições no que concerne à organização e funcionamento da sociedade. Orienta católicos e pessoas de boa vontade a empreenderem ações eficazes na implantação do que Paulo VI chamou de ‘civilização do amor’ e João Paulo II denominou ‘globalização da solidariedade’.

O fundamento da doutrina social, antes de tudo, vem da bíblia, isto é, da tradição judaico-cristã. Os profetas do Antigo Testamento ensinam que Deus ama a justiça e o direito e que a verdadeira religião consiste não em ritos vazios, mas na defesa dos pobres, órfãos, viúvas. Denunciam com veemência a violência praticada contra os pequenos, indefesos, camponeses. Os evangelhos narram Jesus curando os doentes e socorrendo os pobres, libertando-os dos sofrimentos e humilhações, perturbações mentais e exclusão social. Nos primeiros séculos do cristianismo, tal ensinamento é propagado por teólogos como Basílio e Crisóstomo, no oriente; Ambrósio e Agostinho, no ocidente.

Contudo, foi no final do século XIX, com a publicação da encíclica Rerum Novarum (“das novas realidades”), pelo Papa Leão XIII, em 1891, que a doutrina social da Igreja começou a ser sistematizada. Nesse tempo, já se podia contar com a reflexão teórica do iluminismo e a contribuição das ciências humanas. No contexto da revolução industrial e do impacto da teoria marxista, a Igreja, tida como distante, alheia e alienada à classe trabalhadora, expressa a preocupação com a realidade social, principalmente com o mundo do trabalho e as precárias condições de vida dos operários.

A palavra de Leão XIII repercutiu na Igreja e no mundo, tornando-se ponto de partida e referência para os papas Pio XI, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, no século vinte; e para Bento XVI, no século vinte e um. Oportunamente, virá o pronunciamento social do Papa Francisco, sobre ecologia.

O documento Gaudium et Spes (1965), constituição dogmática do Concílio Vaticano II, inicia-se com a conhecida afirmação: “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos seres humanos de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (n. 1), isto é, no coração da Igreja.



Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes (SP)



Fonte: Site CNBB


domingo, 16 de fevereiro de 2014

"Palavras podem matar. Ame o próximo como a ti mesmo", diz Papa Francisco

Papa Francisco No Angelus deste domingo 16 de fevereiro
Neste ensolarado domingo, 16 de fevereiro, o Papa acolheu milhares de fiéis, romanos e turistas na Praça São Pedro e rezou com eles a oração dominical do Angelus. Como sempre, Francisco fez um breve discurso, comentando o Evangelho do dia e saudando os grupos organizados que vêm a Roma para este encontro.

A passagem do Evangelho de Mateus que narra o chamado ‘discurso da montanha’, a primeira pregação de Jesus e sua atitude diante da Lei Hebraica foram o tema da reflexão do Papa. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”, afirma Jesus, que não queria cancelar os mandamentos, mas cumpri-los.

Mas – questionou Francisco – o que significa ‘cumprir plenamente’ a Lei? E no que consiste a justiça superior? É o próprio Jesus a responder, comparando a Lei antiga com o que Ele diz, a partir do quinto mandamento: ‘Não matarás’.

Improvisando, o Papa acrescentou: “Quando se diz que uma pessoa é ‘linguaruda’, significa que faz mexericos. As fofocas podem matar a fama, o nome de uma pessoa; é tão feio difamar os outros. Se não fizéssemos fofocas, poderíamos ser santos. Queremos ser santos?” - perguntou o Papa aos fiéis. “Então evitemos mexericos”.

Com isso, Jesus nos recorda que também as palavras podem matar! Não se deve ameaçar a vida do próximo, mas menos ainda derramar nele o veneno da ira ou feri-lo com a calúnia. Jesus propõe a quem o segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de qualquer conjetura.

“O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus afirma que nossa relação com Deus não pode ser sincera se não fizermos as pazes com o próximo”, disse o Papa, citando Mateus 5,24: “Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. “Por isso somos chamados a nos reconciliar com nossos irmãos antes de manifestar devoção ao Senhor na oração”.

Este episódio explica que Jesus não dá importância simplesmente à disciplina e à conduta exterior. Ele vai à raiz da Lei, priorizando a intenção e indo ao coração do homem, a origem de nossas ações, boas ou más.
“Para termos um comportamento bom e honesto, não são suficientes normas jurídicas, mas motivações profundas que brotam da sabedoria de Deus e da ação do Espírito. Tendo fé em Cristo e abrindo-nos a esta ação, viveremos o amor divino. Este ensinamento de Cristo – concluiu o Papa – nos revela que a plenitude dos mandamentos se exprime realmente no Amor e que todos se unificam no maior deles: “Ame Deus de todo o coração e o próximo como a ti mesmo”.


Fonte: News.va

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Brasileiros no Pontifício Conselho para os Leigos


O Pontifício Conselho para os Leigos tem dois novos membros brasileiros: o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, e o Arcebispo do Rio de Janeiro, recém-designado Cardeal Orani João Tempesta. A nomeação foi feita nesta quinta-feira pelo Papa Francisco.

Também foram nomeados membros outros cardeais, entre os quais o Arcebispo de Viena (Áustria), Christoph Schoborn, o de Milão (Itália), Angelo Scola, o de Nairóbi (Quênia), John Njue, o de Munique (Alemanha), Reinhard Marx, de Manila (Filipinas), Luis Antonio Tagle, entre outros.

O Papa Francisco nomeou ainda alguns consultores do Pontifício Conselho para os Leigos, entre os quais o Arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa; e o Frei Hans Stapel, O.F.M., Fundador e Presidente da Associação Internacional de Fiéis Família da Esperança.

Além das nomeações, o Pontífice confirmou como Presidente o Card. Stanisław Rylko e o Secretário, Mons. Josef Clemens.


Fonte: Rádio Vaticano